quinta-feira, 5 de junho de 2014

Na Terra que me veu nascer

Na Terra que me veu nascer

Habita em minha substância uma sensação
de sentir-me apanhado numa teia de aranha;
por fim!, não sem muito esforço, ...consigo vencer.
Para onde vou agora senão para o mar,
depois de virar e baterme
na terra que me veu nascer ?
No interior fica ainda condição escrava,
E lá no mar..., quem sabe no mar!;
na água é bater e nadar, fugir entre as ondas
é navegar.
Para onde vou agora senão para o mar
depois de girar e baterme
na terra contra os dragãos?
Atos consumados, beijos de peixe, diferentes sabores,
Minha pele, a salinidade, os olhos enevoados,
Navegar mar adentro!
Vencer na terra num bater de armas,
Antiguo ofício que chamam divino,
Eu quero liberar-me!
Navego com a devoção
De não sentir-me atrapado em teu feitiço,
Liberado de falsas atribuções.
Ó, asqueroso cofre de moedas!

(Publicado em Elipse núm. 1, outubro de 2013)
Xurxo Fernández González, · xurx@erencia · (Galiza)

«— Dá-me todo o que tenhas! - disseram atemorizando-me um dia, mas como nada tinha pude sobreviver e aprendim da experiência. Essa singeleza e a inquietude por saber arrojaram luz e agora sou malabarista das letras, e não pararei tão fácilmente»

Sem comentários:

Enviar um comentário